A Cia. do Santo Forte inicia no próximo sábado (10), a série de encontros Café Decolonial, em sua sede, a Casa Vermelha, no Jardim Soraia, em São José do Rio Preto. Os encontros, que colocam em pauta temas relacionados às performances de gênero na arte e na vida, antecedem a temporada da peça teatral do coletivo rio-pretense, MUSA, escrita e protagonizada pela atriz, diretora e performer Tauane Santo Forte. As apresentações serão nos dias 30 e 31 de maio e 1º de junho no espaço cultural Casa Nuvem, no bairro Boa Vista.
No sábado (10) a programação do primeiro Café Decolonial tem início às 16h, com a roda de conversa Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo, com a participação de Pamela Ramos e Tatiane Santos. Na pauta, um ensaio escrito pela autora decolonial Gloria Anzaldúa.
Em seguida, às 18h, será a ação performativa Força e loucura na encruza, com os diretores da Cia. do Santo Forte e do Grupo de Apoio à Loucura (GAL), respectivamente, Tauane Santo Forte e Murilo Gussi. O primeiro dia de Café Decolonial será encerrado pelo Obscena Sarau, às 20h, uma festa de artistas marginais para expressar o que não se fala publicamente, aquilo que não vai à cena. O sarau será conduzido pela Cia. Do Santo Forte e artistas convidados e quem comanda o som é Djul3s.
No dia 17 de maio, das 16h às 20h, o segundo encontro Café Decolonial será marcado pelas rodas de conversa A arte queer do fracasso, com Luiz Henrique Moreira Soares e Frida Pascio Monteiro; e Teoria King Kong, com Frida Pascio Monteiro e Jéssica Zago Paladino.
O terceiro Café Decolonial, no dia 24 de maio, das 16h às 20h, a leitura dramática Qualquer coisa que se mova: além dos mitos da bissexualidade, com Tauã Teixeira e Will fazendo a leitura do Manifesto Bissexual, e por um encontro de mulheres e pessoas LGBTQIAPN+ que produzem textos autorais em São José do Rio Preto, entre elas Homero Kaneko e Fabiana Abranches.
Temporada de estreia
Escrita e protagonizada por Tauane Alamino, MUSA faz sua estreia nos dias 30 e 31 de maio e 1º de junho, às 20h, na Casa Nuvem, no bairro Boa Vista, em São José do Rio Preto.
Segundo a artista, a peça pode ser considerada uma obra de autoficção, trazendo o diálogo entre duas personagens. “No texto, além de revelar a paixão da ARTISTA pela MUSA, resgato meu vocabulário artístico, político e ritualístico. Cada cena recebe o nome de uma carta de tarô e as personagens têm a indicação de seus orixás e elementos do mapa astral. Também referencio outros artistas LGBTQIAPN+ e Caio Fernando Abreu, que foi tema da minha pesquisa de mestrado”, conta Tauane.
Para abordar a temática da invisibilidade bissexual e do machismo nas artes, a autora e atriz da obra propõe uma inversão de papéis que subverte a lógica binária entre o artista e sua musa e entre o homem e a mulher. “MUSA busca encorajar as mulheres a assumirem as narrativas de suas histórias. Além disso, oferece ao público a oportunidade de testemunhar o desenvolvimento de uma obra, tornando a pesquisa transparente, educativa e acessível, e a destacando como uma forma de expressão”, destaca a artista.
As ações do projeto de montagem da peça teatral MUSA são realizadas com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura de São José do Rio Preto e do Ministério da Cultura.
Serviço
Café Decolonial, com a Cia. do Santo Forte
Dias 10, 17 e 24/5 (sábados), a partir das 16h.
Casa Vermelha (Rua Cintia, 1160 – Jardim Soaraia)
Grátis
Temporada de estreia de MUSA, com a Cia. do Santo Forte
Dias 30 e 31/5 e 1/6 (sexta a domingo), às 20h
Casa Nuvem (Rua Dr. Presciliano Pinto, 838 – Boa Vista)
Grátis
Mais informações no Instagram @ciadosantoforte