Os brasileiros retiraram R$ 6,42 bilhões da poupança no mês de abril, conforme informou o Banco Central. Apenas no primeiro trimestre do ano, a retirada somou mais de R$ 45 bilhões. Os dados reforçam uma tendência que vem se intensificando: os brasileiros estão retirando mais dinheiro da caderneta de poupança do que depositando.

Contudo, apesar do comportamento observado, cerca de 30 milhões de brasileiros continuam optando por guardar seu dinheiro na poupança, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Esse número expressivo evidencia como fatores associados à segurança e à familiaridade continuam pesando mais do que a rentabilidade nas decisões financeiras de muitos brasileiros.

A simplicidade da aplicação e o histórico de estabilidade da poupança reforçam sua presença na cultura nacional, mesmo em um cenário econômico que oferece alternativas mais vantajosas, explica Antonio Bello, Líder Regional da XP no interior de São Paulo. “Apesar de ser a aplicação mais popular do Brasil entre os conservadores, a poupança está longe ser considerada um investimento. Em geral, o brasileiro é conservador com o dinheiro, mas poupar é bem diferente de investir. A memória de períodos de instabilidade, como a hiperinflação, ainda está presente, principalmente entre as gerações mais velhas”, explica.

Ele destaca ainda que a carência de educação financeira contribui para que muitas pessoas permaneçam na opção mais conhecida, ainda que isso signifique perder poder de compra ao longo do tempo.

Novo comportamento atrai perfil investidor

Com a crescente oferta de produtos financeiros rentáveis e seguros, cresce também a oportunidade de levar educação financeira à população, quebrando antigos paradigmas e promovendo escolhas mais conscientes.

Dados da ANBIMA mostram que os investimentos dos brasileiros pessoas físicas cresceram 12,6% em 2024, sendo o Sudeste a região que concentra o maior volume financeiro do país, com alta de 11,3%, totalizando R$ 4,84 trilhões. Esse crescimento reflete uma mudança gradual no comportamento dos investidores, que começam a buscar alternativas mais rentáveis e diversificadas.

Para sair da poupança e diversificar investimentos, Antonio Bello lembra que existem opções com diferentes níveis de risco e rentabilidade. Algumas de baixo risco incluem Tesouro Direto, Tesouro Selic, Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e fundos de renda fixa.

“Para opções mais arrojadas, pode-se considerar fundos de investimento, fundos imobiliários e ações”, explica ele sobre as formas de rentabilizar melhor o dinheiro do investidor com potencial de retorno maior.

O cenário de juros altos e o avanço da educação financeira começam a abrir espaço para uma nova mentalidade. Nesse aspecto, o assessor de investimentos desempenha um papel fundamental na construção de um planejamento financeiro completo, entendendo a jornada financeira e as particularidades, oferecendo orientação técnica, acompanhamento contínuo e auxiliando na definição de objetivos de curto, médio e longo prazo

“Neste sentido, o papel do assessor de investimentos é fundamental para o investidor. O profissional personaliza estratégias baseadas em cada perfil e auxilia o cliente a alcançar metas, como, por exemplo, compra de imóvel ou demais bens, viagens, educação dos filhos, e aposentadoria”, finaliza.

com informações e foto Agência Fato Relevante