Na última sexta-feira, dia 30 de maio o ConsUni (Conselho Universitário) da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) deliberou pela continuidade do processo de implantação do novo campus da UFSCar em São José do Rio Preto.

O colegiado aprovou o Documento referência de implantação do campus da UFSCar em São José do Rio Preto, que reúne as premissas, os primeiros cursos e o planejamento de instalação de um novo campus da UFSCar. Com a aprovação do documento, o Grupo de Trabalho São José do Rio Preto (GT-SJRP) inicia a Fase 2 do plano de trabalho aprovado pelo ConsUni em dezembro de 2024, que consiste na elaboração dos Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs), no planejamento da construção da infraestrutura e no início do recrutamento de pessoal. No próximo semestre o Conselho Universitário deve fazer nova deliberação sobre a oferta de vagas em 2026.

Em sua apresentação inicial, a reitora Ana Beatriz de Oliveira abordou a situação orçamentária da UFSCar em 2025, explicada em nota enviada à comunidade acadêmica em 27 de maio. “Antes de iniciarmos a discussão sobre o documento referência de implantação do novo campus, é preciso compreender como está a situação orçamentária das instituições federais de ensino (IFES), em especial diante das últimas semanas, em que temos realizado uma movimentação intensa junto ao governo federal, por meio da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), para garantir a recomposição dos nossos orçamentos e a liberação dos recursos contingenciados”, apontou a reitora que esteve na última terça-feira, dia 27 de maio, em Brasília para acompanhar o anúncio da recomposição do orçamento das IFES e a liberação da execução dos recursos financeiros das instituições em 1/12 por mês.

Na sequência, o Assessor Especial de Consolidação e Expansão Universitária da UFSCar, Danilo Giroldo, iniciou sua exposição sobre o “Documento referência de implantação do campus da UFSCar em São José do Rio Preto”, retomando o trabalho do GT-SJRP nos grupos focais (link externo) e audiências públicas (link externo). O professor apresentou pontos importantes do documento, como a definição do novo campus, que será um espaço interdisciplinar de promoção da educação superior, organizado em regime de ciclos. A nova unidade da UFSCar será regida por seis premissas que orientam a gestão, o recrutamento de pessoal e o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão:

– Universidade pública, gratuita, laica, de excelência, socialmente referenciada e autônoma;

– Gestão democrática, plural e coletiva em todos os níveis organizacionais;

– Promoção da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

– Integração e complementaridade com a estrutura econômica e social de São José do Rio Preto e região, bem como com as capacidades institucionais da UFSCar em sua estrutura multicampi;

– Perfil interdisciplinar de atuação de docentes e técnicos administrativos em educação lotados no campus, necessariamente atuando diretamente em todos os ciclos formativos de forma integrada;

– Incentivo à flexibilização curricular, às inovações pedagógicas e ao protagonismo e autonomia do estudante em seu percurso formativo.

Giroldo também apresentou algumas diretrizes gerais para o ensino de graduação e pós-graduação, para a pesquisa e para a extensão, que já foram definidas pelo documento, destacando-se a oferta de todos os cursos em dois períodos, matutino e noturno, e a incorporação de três temas transversais nos currículos – Justiça Social, Território Inovador e Resiliência e Sustentabilidade. Em seguida explicou que a elaboração dos PPCs será conduzida por subcomissões que dialogam entre si, a fim de estimular as conexões interdisciplinares entre os cursos propostos.

Pelo cronograma aprovado nesta última reunião, a elaboração dos PPCs deve ocorrer entre junho e setembro deste ano e o credenciamento do novo campus e dos cursos junto ao MEC, entre os meses de agosto e outubro. O recrutamento de pessoal e a aquisição de livros, mobiliário e equipamentos serão realizados entre agosto de 2025 e fevereiro de 2026 e a regulamentação institucional do novo campus será realizada entre outubro de 2025 e março de 2026.

“Quando aprovamos o plano de trabalho para construção do documento referência, em dezembro de 2024, a tarefa de reunir esse conjunto tão complexo de informações parecia muito desafiadora. É muito gratificante saber que conseguimos realizar esse trabalho, de forma muito qualificada e no prazo previsto. Com a aprovação da criação do campus, vamos encarar outros desafios, ainda mais complexos, mas com a mesma abordagem, diálogo e trabalho coletivo que temos realizado até agora, será possível seguir com a implantação dentro do cronograma previsto”, salientou o assessor especial.

Ao final da reunião extraordinária, o Conselho Universitário aprovou, por unanimidade, o documento referência elaborado pelo GT-SJRP e a criação do campus São José do Rio Preto. As conselheiras e conselheiros também deliberaram pelo aditamento do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFSCar e a realização de alguns ajustes no texto do documento aprovado, como a inclusão de diretrizes sobre a permanência estudantil.

Em relação ao aumento do número de servidores técnico-administrativos (TAs), a UFSCar deve receber novas vagas pelas ampliações de Lagoa do Sino e Sorocaba, pela criação do campus São José do Rio Preto e também pela proposta de equalização do QRSTA entre as instituições federais de ensino superior, discutida pela Andifes em abril. Essas vagas foram criadas pelo Projeto de Lei (PL) 1466/25, aprovado pela Câmara dos Deputados em 21 de maio, que também regulamenta a ampliação de CDs e FGs. a mudança foi aqui: Com a implementação do PL, a relação TA/docente da UFSCar deve ser modificada. Atualmente a universidade possui 0,7 TA para cada docente; com o recebimento das novas vagas, essa relação deverá se ampliar para 0,86 (0,86 TA para cada docente).

Por fim, Ana Beatriz destaca que a garantia de custeio adequado para o novo campus e para toda a universidade segue em disputa, como temos vivenciado nos últimos 10 anos. Nesse sentido, é importante que as IFES se mantenham mobilizadas, buscando um orçamento previsível e que consiga propiciar o desenvolvimento pleno das instituições. A reitora aponta dois avanços importantes discutidos com o governo federal na reunião que aconteceu no dia 27 de maio: a possibilidade de acesso das universidades e institutos federais aos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e o encaminhamento, por parte do governo federal, de um projeto de lei que regulamente definitivamente a destinação de orçamento para as universidades e institutos federais.

com informações assessoria de imprensa UFSCar_foto_arquivoJT