Uma movimentação de até US$ 4 bilhões no mercado de câmbio, feita horas antes do anúncio do tarifaço de Donald Trump contra o Brasil, levantou suspeita de uso de informação privilegiada. A operação pode ter rendido até R$ 560 milhões de lucro em poucas horas.

O caso levou a Advocacia-Geral da União a pedir investigação ao STF, que foi autorizada por Alexandre de Moraes. A apuração corre em sigilo e também é acompanhada pela CVM e pelo Banco Central.

Para o advogado Leon Fagiani, associado da Apeti (Associação das Empresas de Tecnologia de Rio Preto), o caso é grave. “A investigação dessa compra e venda de dólares antes do anúncio das tarifas de Trump é de extrema importância para o mercado. Sua natureza especulativa pressupõe que todos joguem com a mesma regra.”

Segundo ele, o insider trading está previsto em lei e pode render de 1 a 5 anos de prisão, além de multa de até três vezes o valor ganho ilegalmente. Já o crime de manipulação de mercado prevê pena de até 8 anos.

Fagiani lembra que o Brasil já teve casos parecidos. “Eike Batista, os irmãos Batista e até episódios ligados à Petrobras foram investigados. A única condenação que conheço foi no caso Sadia e Perdigão, que levou 10 anos para ser concluído.”

A tarifa de Trump, que impõe 50% de imposto sobre exportações brasileiras, começa a valer em 1º de agosto. A investigação tenta descobrir quem lucrou com o câmbio e se houve vazamento de informação antes do anúncio oficial.

com informações e foto Assessiva Comunicação