A região de São José do Rio Preto registrou em maio uma retração significativa no mercado imobiliário. De acordo com levantamento do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECISP), as vendas caíram 34,03% em relação a abril, enquanto as locações recuaram 50,77%. Apesar disso, no acumulado do ano, as vendas ainda apresentam alta de 7,53%, enquanto as locações recuam 79,56%.

Participaram da pesquisa 77 imobiliárias de 22 municípios da região, entre eles Barretos, Catanduva, Fernandópolis, Mirassol, Olímpia, Votuporanga e São José do Rio Preto.

Imóveis acessíveis dominam as vendas

As casas representaram 63% das vendas, e os apartamentos, 37%. A maioria das unidades vendidas estava avaliada em até R$ 200 mil, com destaque para casas de 2 dormitórios (64%) e área útil entre 100 m² e 200 m². Já entre os apartamentos, 66,7% tinham 2 dormitórios e área de até 100 m².

As vendas se concentraram nas regiões periféricas (51,5%), com 33,3% em áreas nobres e 15,2% no centro. Em termos de pagamento, 38,2% das vendas foram financiadas por outros bancos23,5% pela Caixa, e o restante dividido entre compras à vista (23,5%) e negociações com os proprietários (14,7%).

Mais da metade dos imóveis (55%) foi vendida pelo valor anunciado, enquanto os demais tiveram descontos de até 20%.

Locação em queda, mas ainda aquecida em faixas populares

No segmento de locação, as casas representaram 87% dos contratos, com predominância de imóveis de 2 dormitórios, e área entre 50 m² e 100 m². Os apartamentos locados (13%) também se concentraram em unidades de 2 dormitórios.

A faixa de aluguel mais comum ficou entre R$ 1.000 e R$ 1.500 (47,6%), com destaque também para imóveis entre R$ 501 e R$ 750 (23,8%) e até R$ 2.000. A garantia mais utilizada foi o seguro fiança (46,4%), seguida por fiador (32,1%) e depósito caução (14,3%).

As locações também se concentraram nas regiões periféricas (48%), seguidas pelas áreas nobres (28%) e centrais (24%).

Investimentos recentes sustentam perspectivas para o mercado

Apesar da retração pontual, o mercado imobiliário da região segue respaldado por investimentos estratégicos em infraestrutura e mobilidade urbana. A imprensa local tem destacado:

  • revitalização do Centro de Rio Preto, com investimentos em mobilidade, iluminação e espaços públicos;
  • ampliação do Distrito Industrial Waldemar de Oliveira Verdi, que atrai novas empresas e fomenta o crescimento urbano;
  • Obras de duplicação e manutenção viária, como nas avenidas Philadelpho Gouveia Netto e Lino José de Seixas;
  • Incentivos ao setor de construção civil com novos projetos habitacionais de interesse social, que visam atender à população de renda média e baixa.

Além disso, a cidade segue consolidada como um dos principais polos de saúde, comércio e serviços do interior paulista, atraindo fluxo contínuo de novos moradores e investidores.

Expectativa é de recuperação gradual e estabilidade nos próximos meses

O presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, observa que “o mês de maio refletiu um ajuste no mercado, mas os fundamentos da região continuam sólidos. A presença de grandes investimentos públicos e privados deve contribuir para a retomada do crescimento, especialmente no segundo semestre, com novas oportunidades no setor habitacional e comercial”.