Os bancários encerraram conferência no último domingo (12) com a aprovação da pauta de reivindicações que será entregue nesta quarta-feira, dia 15 à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Além de reajuste pela inflação, os sindicatos da categoria vão defender 5% de aumento real, o que pelo atual INPC daria um índice próximo dos 17% – mas esse cálculo dependerá ainda da inflação dos três próximos meses. A data-base é 1º de setembro.

A conferência também aprovou itens como manutenção dos direitos e dos empregos, aumento da participação nos lucros ou resultados (PLR), combate ao assédio moral e fim das metas consideradas abusivas. “Mais do que recompor a inflação, os bancários, que trabalharam para garantir lucros astronômicos aos bancos, querem ter aumento real em seus salários e a manutenção de todos os direitos previstos na convenção coletiva em vigência”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira. Ele lembrou que em 12 meses, até março, os cinco maiores bancos do país (Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) somaram lucro de R$ 27,6 bilhões.

“Nossa campanha começou em maio, com a consulta à categoria, e em seguida as conferências estaduais e hoje (ontem) finalizamos a conferência nacional. O resultado da consulta reflete a real necessidade da categoria”, acrescentou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva. “Entre as cláusulas sociais, a consulta apontou também o fim das demissões, manutenção dos direitos e o combate ao assédio moral. E destaca como a atual política dos bancos compromete a saúde dos empregados: um terço dos bancários responderam que usam medicamentos controlados.”

Prioridades escolhidas por 35 mil

Participaram da conferência, presencial ou virtualmente, 856 trabalhadores. Segundo os sindicalistas, mais de 35 mil bancários responderam à consulta nacional sobre quais deveriam ser a prioridades da campanha. A mais citada foi aumento real (92%). Sobre cláusulas sociais, 71% falaram em manutenção de direitos.

O debate incluiu ainda a importância do processo eleitoral. “As reivindicações da categoria são importantes, mas a consulta nos mostrou também que os bancários estão preocupados com o que acontece no país e querem um Brasil mais justo, com equidade, sem preconceito e discriminação. Um país com mais emprego, mais investimentos em saúde e educação. Um país que valorize os trabalhadores e que, por isso, acham importante o debate sobre as eleições e a conjuntura sociopolítica e econômica do país”, comentou Ivone.
Da Reportagem Jornal do Trabalhador com informações Rede Brasil Atual

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