Os agraciados com o Troféu Fidelidade Aristides dos Santos 2023 exaltaram a importância do reconhecimento e do incentivo ao trabalho em prol da igualdade racial em São José do Rio Preto. A honraria deste ano foi entregue na noite do dia 24, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os homenageados citaram ainda a luta e a resistência diante dos desafios ligados à causa negra.

“Esse troféu representa o reconhecimento por todo o meu trabalho de luta da negritude e luta pela igualdade, pelos direitos humanos. Esse troféu representa o olhar da sociedade para a potencialidade do povo preto, mostra que estamos vivos, existimos”, afirma o psicólogo e ativista de rua Alexandre Felipe de Oliveira.

O Troféu Fidelidade Aristides dos Santos foi instituído pela lei municipal n°14.258/22, para homenagear anualmente oito pessoas e duas empresas/organizações “que prestaram relevantes serviços à comunidade negra, atuando no combate ao racismo e à desigualdade étnico-racial em São José do Rio Preto”, conforme trecho da legislação. A honraria existe desde 2006.

“É indescritível para mim, uma menina de 27 anos, ganhar um troféu que tem uma representatividade muito grande. Estou honrada. Ofereço para todos os pretos e negras que continuam nesse movimento e para a comunidade do Parque da Cidadania. Essa luta é nossa. Que incrível estar aqui. Só tenho a agradecer”, diz a trancista Joice Gonçalves Pedro, a Joice Nega Show.

Durante a cerimônia de entrega, o bailarino David Balt comandou apresentação artística do Projeto Mundo Novo Paraíso, do Núcleo CEU das Artes, com cerca de 40 crianças. Foram executados dois números, os quais mesclavam dança e encenação.

“É muito importante receber essa homenagem e saber que é para nós. A gente precisa saber que em todos os espaços existem pessoas indígenas. Essa cidade está repleta de crianças, jovens e adultos que têm pertencimento originário. Que cada vez mais a nossa comunidade consiga compreender isso e tornar nossa vivência mais agradável. Tornar a nossa contribuição visibilizada, porque nós temos muita riqueza cultural para compartilhar. Rio Preto é terra indígena”, afirma Gizele Juã Erã, do povo Kixelô Kariri, do Ceará.

Os homenageados foram indicados pela Secretaria da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial, via Departamento de Promoção da Igualdade Racial, e pelo Conselho Municipal Afro (CMA). Além de Oliveira, Joice e Gizele, receberam o Troféu Fidelidade Aristides dos Santos: Abner Felipe Rafael, Dioze Gonçalves Fernandes, João Paulo Rillo, Rosangela Ribeiro da Silva e Thainá da Silva Costa, além do Sesc e da empresa J.Silva Painéis.

Foto 1 – Bianca Zaniratto/Secretaria de Comunicação

Foto 2 – Fabrício Spatti/Pref. Rio Preto